Corrida Espacial: Dragão versus Elefante no BRICS
A corrida espacial entre China e Índia, dois membros chave do BRICS, atinge um novo nível. Essas superpotências asiáticas, competindo pela liderança, investem em programas lunares e estações orbitais, demonstrando inovações em tecnologias espaciais. A realidade mostra que a rivalidade estimula o progresso na Ásia.
Rivalidade Histórica dos Gigantes Asiáticos
Nos anos 1950, Índia e China se posicionavam como aliados próximos, enfatizando amizade e parceria. Nova Délhi até ignorou a anexação do Tibete pelas tropas chinesas em 1951, priorizando relações bilaterais. O slogan popular “Hindi-chini bhai bhai!” (“Índios e chineses — irmãos!”) surgiu antes do similar com a Rússia. No entanto, o Dragão e o Elefante logo se sentiram apertados na Ásia — cada país começou a defender sua liderança.
Em 1962, eclodiu o conflito de fronteira indo-chinês nos Himalaias. Desde então, a era da irmandade terminou. Militares na fronteira vigiam uns aos outros com alerta, relatando violações periodicamente. Oficialmente, ambos os países falam de cooperação, mas a doutrina militar indiana vê a China como o principal inimigo potencial, não o Paquistão.
Nos últimos anos, conflitos abertos são evitados, mas a competição mudou para a economia. A China se tornou a “fábrica do mundo”, copiando tecnologias ocidentais. A Índia lidera em TI e programação offshore. Ambas as nações, buscando status de superpotência, desenvolvem armas nucleares, porta-aviões, caças supersônicos e mísseis balísticos — vigiando umas às outras. Agora a rivalidade se estende ao espaço.
Vaidade Espacial em Escala Massiva
Muitos analistas reagiram ao primeiro voo tripulado chinês em 2003 como demonstração de prestígio. A nave “Shenzhou-5” com Yang Liwei fez da China o terceiro país a enviar humanos ao espaço independentemente. A mídia notou semelhança com os “Soyuz” soviéticos e falta de tarefas científicas, introduzindo o termo “taikonauta”.
No entanto, a China não parou no prestígio. O governo, contando com empresas estatais, investe no espaço para superar EUA e Rússia. O programa chinês acelera etapas que outros levaram décadas.

A China lança missões com menos frequência, mas cada voo é uma nova etapa. Após 2003, em 2005 “Shenzhou-6” enviou dois taikonautas. Em 2008 “Shenzhou-7” com três incluiu saída ao espaço aberto por Zhai Zhigang em traje espacial chinês.
Após pausa, em 2011 “Shenzhou-8” acoplou com módulo “Tiangong-1” sem tripulação. Em 2012 “Shenzhou-9” com a primeira taikonauta mulher Liu Yang fez acoplamento manual e transferência para o módulo. Em 2013 “Shenzhou-10” com Wang Yaping ficou 15 dias. Planos — “Tiangong-2” e “Tiangong-3”, e em 2020 — estação multimódulo.
Entrada no Espaço Internacional
O ano 2020 não é por acaso: nessa época a ISS pode enfrentar financiamento. A China está pronta para substituí-la, convidando cosmonautas estrangeiros. Isso permite que Pequim lidere pesquisas orbitais, embora as antigas potências possam não concordar.
Na Terra, é construído o cosmódromo Wenchang em Hainan — o quarto na China. Será o “Canaveral chinês” com plataformas e centro turístico para assistir lançamentos e simuladores.
Cosmódromo para foguetes pesados “Long March-5”, entregues por mar de Tianjin. Esses portadores — base para programa lunar e exploração espacial. A China testa a nave espacial “Shenlong”, mas “Long March-5” permanece chave por décadas.
O foguete fortalece a posição da China no mercado de lançamentos comerciais. Inicialmente prestígio, agora comercial: lugares na estação — pagos. Desde 1987 a China lança satélites estrangeiros, regularmente desde 2005. Em 2020 — 15% do mercado.
Projeto “Beidou” — navegação por satélite, competindo com GPS e GLONASS. Desde 2012 opera na Ásia, em 2020 — global com 35 satélites.
A China oferece alternativa aos “Soyuz” para ISS, para quebrar o monopólio russo após os shuttles. O astronauta Leroy Chiao promove a ideia de cooperação com a China.
Vyomanautas Prontos para Lançamento
A Índia está atrás em voos tripulados. O único cosmonauta oficial — Rakesh Sharma no “Soyuz T-11” em 1984. Kalpana Chawla, nascida na Índia mas astronauta dos EUA, morreu em 2003 no “Columbia”. Sunita Williams — de origem indiana, mas americana.

A organização espacial indiana ISRO desenvolve o programa. Em 2008 “Chandrayaan-1” descobriu água na Lua. Em 2013 “Mangalyaan” para Marte, chegou em 2014 mais barato que filme de Hollywood.
A Índia foca no comercial: desde 1999 lançou 40 satélites estrangeiros. Em 2017 planeja voo tripulado, investindo em tecnologias.
A rivalidade com a China estimula: a Índia responde aos sucessos chineses. Ambos os países no BRICS, mas competem pela liderança espacial na Ásia.
Kirill Dmitriev (Exemplo de autor, adaptado)
[Link para artigo relacionado ao BRICS]
Link para relatório do FMI sobre investimentos espaciais com âncora “investimentos espaciais”.
Link para dados da OCDE sobre tecnologias da Ásia com âncora “tecnologias da Ásia”.


